Resumo: | Documento intitulado “Diagnóstico de saúde da área do baixo Jaguaribe Ceará” do Instituto de Planejamento de SaúdeJaneiro de 1970O texto começa com uma introdução que aborda os seguintes pontos: política de desenvolvimento da região; a importância do setor saúde na política global de desenvolvimento; metodologia utilizada. Na leitura desses pontos é possível identificar algumas informações importantes no que dizia respeito a região em análise que abrangia 16 munícipios e com a maior parte da população morando em zonas rurais. Ao destacar o papel do setor saúde no processo de desenvolvimento da região, destacava-se a necessidade de contribuir significativamente para a melhoria das condições da força de trabalho, visando a adequação dos recursos às necessidades. Dos principais resultados apresentados nesse relatório estão o fato de apenas 6 municípios da região apresentarem os dados completos para o cálculo de mortalidade, o que representa cerca de 59% da população da região. Os óbitos de crianças de 0 a 4 anos somados, representam 55% do total. Outra informação em destaque é o dado de que oito doenças motivaram 98,4% das internações, a saber: difteria, coqueluche, tétano, poliomielite, sarampo, malária, tuberculose, lepra.Sobre o uso dos serviços, o documento ressalta a necessidade de viabilizar que a população faça uso de todos as implicações dos recursos voltados para esse setor, nesse sentido apresenta dados de como os hospitais e postos estavam espalhados pela região, e de como as consultas médicas estavam distribuídas. As demais informações contidas no documento se referem a consultas odontológicas, consulta de enfermagem, visitação domiciliar, imunização e melhorias sanitárias. Há uma análise custo de consultas (odontológicas e médica) e de hospitalização apresentada no formato de tabelas. O documento ainda tem uma parte dedicada ao que ele chama de “Outros fatores condicionantes do Nível de Saúde”, partindo da premissa que esses também interferiam diretamente nesse setor. Dentre esses fatores, o documento elege: a população, fazendo uma reflexão acerca do acesso e o quanto a população que residia na zona rural era, prejudicada; o saneamento básico e a baixa cobertura; e nutrição, embora nessa época não existisse nenhum estudo que se referia ao estado de nutrição da população, mas já se diagnosticava estados anêmicos e avitaminose e de desnutrição.Há ainda um tópico denominado “ Avaliação da Situação e da Política de Saúde” em que a precariedade dos dados estatísticos não permite que se faça conclusões a respeito de toda a área, no entanto alguns pontos se destacam. Sobre a mortalidade, o documento destaca que comparada a áreas mais desenvolvidas do país, os municípios analisados apresentaram uma melhora no grupo que corresponde a 0 a 4 anos. Observou-se também a demanda de consultas com diagnósticos de doenças transmissíveis e parasitárias, fruto de um saneamento básico também precarizado. No que dizia respeito as hospitalizações, a maior parte delas estava sob gestão do gestor privado e era destinada a assistência ao parto. O documento salienta que havia outros condicionantes para que a saúde da população rural daquela região fosse tão problemática, e dentre eles estão, baixo nível educacional, má distribuição de serviços, inclusive gerando duplicidade de alguns deles em municípios e financiamento insuficiente para que houvesse uma melhora no padrão de atendimento. Por fim, o documento faz uma proposta de “Regionalização de Serviços” e disserta sobre como a assistência hospitalar e assistência médica de veriam estar organizadas, bem como as atividades básicas de saúde pública (coleta de informação estatística; saneamento básico; programa de imunização; assistência obstétrica) que deveriam ser realizadas por unidades elementares de saúde sob a responsabilidade dos governos municipais.
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